Quando os portugueses chegaram no Brasil encontraram grandes populações com culturas ricas e complexas. Foi um verdadeiro encontro de civilizações. As primeiras imagens dos cronistas são de encantamento e deslumbre pelas gentes e matas. Mas, com o passar do tempo, o encantamento foi dando lugar à dominação, escravização e extermínio. Os artefatos da exposição de Etnologia Indígena do Museu Nacional contam um pouco da ocupação do interior do país, em especial na Amazônia e no Brasil Central. Retratam o encontro entre artistas e artífices indígenas, mestres do barro, dos trançados, da plumária, da música e da guerra, com naturalistas, militares, religiosos e etnólogos.
Temos objetos do povo Tikuna que habita a região do Alto Solimões, Amazonas, e que no final do século XIX foi escravizado por comerciantes para produção da borracha. Atualmente, os Tikuna somam mais de 40.000 pessoas. Da sua coleção temos um conjunto de máscaras que representa os “encantados”, entidades sobrenaturais que visitam os indígenas durante a “Festa da Moça Nova”, como é conhecido o ritual de passagem que prepara a menina para as responsabilidades da vida adulta.
Temos também um trocano, grande tambor de fenda do povo Tukano que habita o noroeste do Amazonas. É feito de tronco escavado e utilizado para a comunicação tanto entre as malocas quanto para contato com o criador dos homens e do mundo. Ele foi adquirido pela Comissão Rondon, como ficaram conhecidas as expedições militares lideradas pelo Marechal Candido Rondon para implantar linhas telegráficas nos sertões e selvas brasileiras. Do encontro de membros da Comissão com os indígenas foi se constituindo um grande número de coleções, a grande maioria armas, resultado de uma de suas “missões”, que era “pacificar” os povos com que ia se deparando.
Além do trocano e das armas, a Comissão coletou dezenas de outros objetos. Especialmente na expedição do ano de 1912, que teve a participação do médico e antropólogo Edgar Roquette-Pinto, instrumentos musicais diversos foram reunidos da região então conhecida como Serra do Norte. Do encontro com o povo Paresi e Nambikuara e com o uso de um fonógrafo, Roquette-Pinto realizou as primeiras gravações de música indígena em cilindros de cera, que circulou entre pesquisadores e artistas brasileiros, como Villa Lobos e Oscar Lorenzo Fernandez.
Nossas exposições estão fechadas ao
público por tempo indeterminado em
virtude do incêndio que destruiu
grande parte de nossas coleções.
Informações: museu@mn.ufrj.br
Direção: falecomdiretor@mn.ufrj.br
Assessoria de Imprensa: imprensa@mn.ufrj.br
Visitas em Grupo: agendamento.nap@mn.ufrj.br